segunda-feira, 24 de março de 2014

depois de te beijar no canto da boca,

onde a maciez dos lábios se junta à textura quente da pele do rosto, vou beijar-te os dedos, um a um... vais olhar-me assustada, um pouco desajeitada, porque nunca ninguém te beijou os dedos assim, um a um. vou passar levemente com a mão no teu rosto, seguir o contorno da tua boca e sossegar-te com os olhos. vais fechar os teus e deixar-te levar pela vontade de experimentar mais... sempre mais....
vais tombar na cadeira e eu vou ajoelhar-me em frente a ti. vais começar por dizer que não, que nunca fizeste isso, e eu vou silenciar-te suavemente com beijos ternos nas pernas desnudas. não vou ser uma, nem um, não vou ser ninguém, apenas mil sensações, o coração disparado que não se segura no peito, as ancas que não param de ondular. não saberás o que fazer com as mãos e vais deixá-las ficar sobre o peito, tentando escondê-lo de mim. de vez em quando, irás levá-las à tua boca e irás morder os teus dedos. é o medo, a vontade, o desconhecido. tudo te atrai, mas julgas não ter coragem para continuar. porque sentes aquele aperto, aquele peso que te dificulta a respiração...
ergo-me, preciso de te beijar o rosto, tenho de te acalmar. tens ao mãos molhadas da ansiedade.
os teus olhos procuram os meus, mas apenas por alguns segundos. preferes entregar-te de olhos fechados. refugias-te. eu acaricio-te o rosto, desço as mãos pelo teu pescoço esguio e massajo-te um pouco. deixas sair um gemido quase inaudível. a tensão do corpo abranda. toco-te então no colo, onde sinto os teus ossos,  e beijo-te aí. continuo a descer, suavemente, até tocar os teus seios. retrais-te...
nunca fizeste isto, repetes. eu sei. os teus mamilos duros anseiam pela minha boca, e tu sabes disso. mas não lhes toco ainda. começo por te lamber os contornos dos seios. sinto-te num dilema. queres mais, mas não consegues pronunciá-lo. deixo-te ficar nele por mais algum tempo e exploro as tuas axilas, os teus braços, a tua barriga. macia, tão macia...
beija-me... pedirás tu, enquanto me seguras a cabeça e a encaminhas novamente aos teus seios. com mais força, começarás tu agora a pedir. assaltam-te as dúvidas de vocabulário. como chamar as coisas. eu percebo, mas dá-me gozo em te sentir assim, perdida mas sincera, e pergunto-te onde queres tu que eu te beije. aqui... aqui, onde?... nas mamas... queres que te beije as mamas? é isso? sim, anuirás tu... então diz. diz que queres que eu te beije as mamas, diz que as tuas mamas são minhas, diz o que queres, diz... e tu dirás. e eu irei agarrá-las com força, de uma só vez, apertá-las como quem morre de fome e irei chupá-las. sentir-te a textura dura e suave, saborear-te o salgado do suor que sai dos teus poros. vou mamar-te sem pudores e tu irás gemer sem vergonhas. ao sentires a minha boca, devorando-te o corpo, deixarás de pensar no mundo, nas definições, no passado e no futuro. nada mais haverá em nós, para além de nós. continuo?...
não pares! suplicarás, quase num grito agudo. sou tua... e é nessa inocência de quem se dá assim, que me sei tua prisioneira, tens me sem o saberes. farei tudo o que pedires, ainda que penses que sou eu quem controla o momento. não sou. és tu. continuo, sorvo-te agora...
ajoelho-me novamente. tens pressa. queres-me agora, mais, toda. deixo que um fio de saliva te caia no umbigo, molho os dedos e procuro a tua vagina. entro nela apenas uma vez e olho-te. quero que peças mais, que implores por mim. sim... dizes primeiro. SIM! gritas de seguida. quero. QUERO. abro-te os lábios apenas com uma mão, enquanto a outra se mantém nas tuas mamas e toco-te com a língua no clitóris. nada mais faço do que tocar-te assim, e tu, que já não estás em ti, gemes cada vez mais alto. a minha língua rija abranda, abre-se para ti e suavemente lambe-te desde o clitóris ao ânus. queres mais. penetro-te então repetidamente, o mais fundo que consigo. sinto-te a desfalecer. ajeito-te na cadeira e continuo.
vejo-te agora entregue, solta. mordes os dedos, largando os braços da cadeira, reviras os olhos, entregas-me a cona, abrindo as pernas.
queres que te encha. pedes. atreves-te. fode-me. o orgasmo está-te tão perto, que quase o sinto nos meus dedos, agora dentro de ti. as paredes do teu corpo contraem-se e apertam-me. paro.
e recomeço. agora massajando-te o clitóris e lambendo-te aquele pedaço carne quase submerso em líquidos. gosto do teu sabor. quero que te venhas na minha boca...e tu vens-te. apertas-me no meio das tuas pernas que tremem entre os espasmos, os teus olhos perdem-se por outros mundos e o teu arfar pára de forma abrupta para se transformar num gemido profundo e intenso. e ainda assim, eu continuo. conseguirás vir-te outra e outra e outra vez, agora já quase de forma dolorosa. ficamos quietas, em silencio, apenas com as nossas respirações e o bater descontrolado do teu coração, durante alguns minutos. antes que a vergonha te aflore, vou-me.

o teu sabor fica-me na boca, o teu cheiro nas mãos e nada mais. acabou.


Desafio - Texto 9

13 comentários:

Casaert disse...

Gosto :D

beijo macio :D

Handsomed.74 disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Um tesão, este teu post...
Beijinho

bosslino disse...

Tambem gosto muito.

xilre disse...

Poderia não ser óbvio, mas diria que o Larghetto do Concerto para Violino de Beethoven acompanha bem com este texto, o que não é dizer pouco.

Boa noite!

Imprópriaparaconsumo disse...

Os sabores que perfumam a pele. :)
Beijos

xilre disse...

Agora com o dito Larghetto, que faltou há pouco:
https://www.youtube.com/watch?v=wYvk59mlCpw

Shiver disse...

Comecou e acabou rapido mas durante foi muito bom :)

SinneR disse...

este texto deixou-me louco.

bj doce

Anónimo disse...

Sabores intensos que se entranham em nós e ficam mesmo quando deixamos de os sentir!
Beijo

Legionário disse...

O erotismo é uma das bases do conhecimento de nós próprios!

Anónimo disse...

Oh raios, isto é que vai práqui uma fufice! :))
Pergunta lá à autora se há lugar no meio eheheh

(eu sei, não tenho emenda) :)

Muito bom, gostei...

Jinhos

Baby suicida disse...

Tenho a dizer que gostei muitoooo e me deixou bem quente!

Obrigada aos que comentam e dando alento às participantes deste desafio que está quase quase a chegar ao fim :)

Apertos a todos e continuem a gozar o bom prazer destes textos.