adorava te lamber o cu.
hoje, com direito a narrador:
Adelaide, como muitas outras Adelaides, vivia também numa rede social. Criara um perfil selecto, discreto e distinto, fora de porcalhice. Aceitava só os amigos da pequena aldeia e algumas gentes influentes, fora da aldeia, onde habitava no real.
Certo dia fora tocada, não por Deus, quem era ela para tal toque, mas sim por um anjo sem asas, que reinava umas aldeias abaixo da sua.
Achou estranho essa coisa do toque, pouco percebia de sua função, mas no mesmo dia, tivera particularmente atenta à mensagem na missa dominical. "Não sejam descrentes meus filhos e escutai os sinais".
Entendeu tal toque, um sinal divino do além virtual e retribuiu meio a medo, sem saber que dor ou alegria poderia provocar.
O anjo sem asas, logo acedeu carinhosamente a igual chamamento, pediu-lhe em seguida, avaliado sem hesitação, a amizade esperada.
Adeleide pouco teve tempo para respirar, tal bombardeamento surgiu de além terra, assim ele se apressou;
- Olá, eu sou barbeiro e atleta de triatlo, vivo na aldeia Debaixo e pergunto se queres que te faça o jantar?
Adelaide balbuciou com as pontas dos dedos um agradecimento, mas já ia na sobremesa, lambuzada em delírio num grande papo de anjo.
O rapaz, afoito ao mato, não desistiu de abrir caminho e tornando-se menos agreste, dedicou-se ao delicodoce, prontificando-se à apanha de um molhe de plantas para a preparação da efusão digestiva.
Adelaide, uma vez mais agradeceu, recusando tal atenção. Mas o barbeiro lançou-se à naifa,
- Olá, o que eu quero é saltar-te para cima, foder, foder com prazer, sou atleta, adorava te lamber o cu.
" onde não puderes amar, não te demores." Frida Kahlo