isolo-me do mundo e concentro-me no prazer. Dizem que é proibido, mas não quero saber. Faço o que gosto e deixo-me embalar pelo que me faz feliz. Envolvo-me suavemente na intensidade do toque. Deixo que as minhas mãos o exponham para mim, atabalhoadamente como é o meu jeito de desembrulhar surpresas. Todo ele. Mas sem pressas, demoradamente. Não há urgência. A urgência é unicamente minha. Este momento é só meu, inteiramente para mim, para eu saborear e devorar como bem entender. Sou rainha e senhora do pedaço e tu estás aqui às minhas ordens, hoje apenas, para me deliciar. E não te oiço queixar. Aproximo a língua e antes de te tocar gosto de te sentir a textura e o cheiro. Inspiro, expiro, ansiosa pelo momento, mas deixo que este dure para lá do razoável. Sou assim, gosto de prolongar o que me deixa feliz. Entretenho-me a brincar e a abusar da expectativa. E demoro, e demoro... Por dentro sinto-me a rir como uma criança.
Deixo finalmente que a língua deslize por toda a superfície da tua ponta arredondada, rija, primeiro muito suavemente, como quem joga ao toque e foge. Arrepio-me de antecipação, excito-me com o momento. Molho-lhe a ponta com a minha saliva e deixo a minha língua percorrer cada centímetro de doce prazer. Fecho os olhos. Sinto-me estremecer. A ti, sinto-te a derreter. Literalmente a escorrer. Abocanho-te a ponta e deixo que as primeiras gotas do teu doce se misturem na minha boca e me escorram pela garganta. Quentes. Saboreio-as. Gosto do teu sabor. Tanto. Já não controlo tão bem a lentidão, quero mais, e mais. Com sofreguidão vou deixando que a vontade e o desejo tomem conta de mim. A minha língua percorre para cima e para baixo cada pedaço de duro prazer, agora muito mais rápido, e pelo meio vou sorvendo, chupando e sugando com os lábios como muito bem quero. Desordenadamente. Aperto-te entre a minha boca e sugo-te a humidade. Neste processo faço uns ruídos estranhos mas não me ralo. Quero-lá saber. Sorvo-te apaixonadamente cada pedaço do que já derretes para mim.
Já não fecho os olhos, gosto de te olhar enquanto o faço. Gosto de saber que te controlo e que estás ali inteiramente para mim, à minha mercê e que sou eu que decido quando e como é que vai ser. Para cima e para baixo, uma e outra vez, em toda a extensão do teu comprimento, repetidamente, cadenciadamente num ritmo próprio de prazer, num crescendo constante de velocidade e intensidade, envolto na suave melodia de pequenos sons de arrebatamento e paixão, guturais, profundamente roucos, não entendíveis, sem definição possível. Oh tão bom...tãooooo bom. Sinto que se aproxima o fim. Gosto de te ver perto do fim. Que prazer imenso. Não deixo de te olhar por um segundo, os últimos segundos são os mais vitoriosos. Mas já é tarde. Estás na minha boca mas sinto-te como se viajasses algures no céu. Já partiste, já foste e ohhhhh, já vieste. Rio-me satisfeita. Incrivelmente feliz. Saciada. E lambuzo-me gulosa com toda com a perfeição do teu sabor.
E o lollipop era único, saboroso, de textura dura,
quase quente, e derretia-se na boca só com a aproximação dos lábios e o toque da língua,
envolto em satisfação e puro prazer
13 comentários:
Muito bom...."Estás na minha boca mas sinto-te como se viajasses algures no céu" :)
E a imagem então nem se fala.
Raios, se no final não me lembrou o anúncio do Magnum!
E o que eu gosto de Magnum...
Muito bom!
Foda-se! Hoje estou sensível...
Sem paixão não dá nem para chupar um lollipop.
Shiver, concluo que te estás a tornar um lamechento!!!
Fica-te bem... doce.
Apertos no teu céu...
Anónimo Antunes,
o Magnum por acaso enjoa-me! :P
MS, hoje estou brava!
Apertos de quem já te sentia saudade! Só corres???
JM, verdade!
Apertos no sofá!
palavras bem escolhidas para algo tão simples...
bj doce
Olá SinneR, sim, simples e muitooo doces!
Apertos
Concordo contigo Duck. Um texto inteiro!
Aperto explícito!
Já a minha imaginação ia longe ... Delicioso lollipop ;-)
Beijo
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